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Artigo do Mês » Guia prático de Gerenciamento de Canaril

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

SEMENTES - INIMIGAS SILENCIOSAS DAS AVES

Mistura de Sementes
Ao contrário do que muitos pensam, sejam colegas veterinários, biólogos, donos de comércios de produtos animais ou mesmo proprietários de aves, as sementes disponíveis para venda (especialmente o girassol) já foram catalogagas como alimentos desbalanceados e perigosos à saúde das aves. Existem 3 problemas importantes em relação ás sementes que as contraindicam como base da dieta. O primeiro problema é o valor nutricional, seguido da contaminação por aflatoxinas, e por último, o excesso de gordura.

Em 2004, um médico veterinário norte-americano, Randal N. Brue, inseriu um texto revelador no livro do doutor pioneiro no estudo de aves, igualmente norte-americano, Greg J. Harrison, sobre a nutrição das aves.
De acordo com Brue, a semente de girassol é deficiente em vitaminas (vitaminas A, E, D, K, riboflavina, ácido pantotênico), minerais (ferro, cobre, manganês, selênio, cálcio e zinco), aminoácidos (niacina, colina, biotina, iodina, lisina, metionina), fibras, entre outros elementos. Caro leitor, traduzindo, sua ave estaria se alimentando apenas de "cheetos".

Além disso, o armazenamento das sementes em geral é precário no Brasil, havendo uma grande contaminação por aflatoxinas, que são venenos produzidos por fungos, em especial o Aspergyllus sp., que não tem cheiro, nem gosto e nem cor, e pior, não pode ser destruído pelo calor. Essas aflatoxinas provocam uma lesão crônica no fígado das aves, que vão apresentar sintomas de acordo com a quantidade que ingerirem. Os sintomas são variados, desde um crescimento de bico e unhas anormal, até um emagrecimento com diarréia, vômito e fraqueza. O tratamento, em casos agudos de intoxicação por essa toxina, deve ser emergencial. Nos casos crônicos, pode-se reverter os sintomas com tratamento injetável e pode-se retardar os efeitos hepáticos trocando-se as sementes por ração extrusada própria da espécie. Sei que muitos estão indagando: "mas como a semente é tão nociva se minha ave come há anos e nada aconteceu?". A resposta é simples e está relacionada à biologia das espécies em questão (passeriformes e psitaciformes): são presas
na natureza e jamais vão demonstrar sintomas até que o fígado esteja 80% comprometido. Se precisarem comprovar tal lesão antes dos sintomas aparecerem, vão a um médico veterinário especilaizado, que solicitará exames que diagnosticarão essa hepatite, mais conhecida como lipidose hepática.

Por fim, o terceiro problemas dessas sementes é a grande quantidade de gordura na sua constituição. Não só o girassol, como as outras menores também. Esse excesso de gordura não será utilizada pelo organismo da ave, levando a um armazenamento. O armazenamento será processado no fígado, que tranformará a gordura vinda da digestão em moléculas menores. Porém, o menor que o fígado consegue chegar não é pequeno o suficiente. E quando a molécula de gordura entra nos hepatócitos (células do fígado), ocorre morte deles. E isso ocorre em cadeia, como se fosse uma bola de neve em uma ladeira. As células vão morrendo até que o corpo reclama. Agora, imagina essa morte do fígado, associada à morte provocada pelas toxinas e a  desnutrição da ave para tentar combater essas lesões?

Caros leitores, para mudarem o conceito sobre a nutrição das aves, vão precisar manter suas mentes abertas aos novos estudos e pesquisas. Já passamos da era pragmática, onde não se tinha material algum sobre animais silvestres. Se quiserem uma ave com qualidade de vida, de crias, de penas e de saúde, vão ter que repensar sobre sua nutrição.


Agradecimentos: 

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